O JOVEM AINDA VALORIZA A FAMÍLIA
quinta-feira, 8 de abril de 2010
"Família! Família! Papai, Mamãe, titia.
Almoça junto todo dia, nunca perde essa mania...
Família! Família! Vovô, Vovó, sobrinha. Janta junto
todo dia, nunca perde essa mania... Família! Família!
Cachorro, gato, galinha. vive junto todo dia nunca perde
essa mania... " (Família - Titãs)
Essa família descrita na composição de Arnaldo Antunes e Toni Belloto - sucesso dos anos de 1980 interpretado pela banda Titãs- cada vez mais perde o seu lugar nos dias atuais, dando espaço para novas configurações familiares. Não que a família, ou seu valor, esteja desaparecendo. O que acontece é que ela está ganhando outros significados.
Menor presença dos pais (ocupados com a vida profissional) na criação dos filhos, separações mais frequentes e filhos cuidados somente pela mãe (ou pelo pai) são algumas das mudanças que vão compondo este novo cenário da família contemporânea. Também vão perdendo sentido os papéis atribuídos por antecedência, com as funções do homem e da mulher bem definidas. Hoje, essas funções confundem-se cada vez mais. E as pessoas precisam saber compartilhar, colaborar, dialogar e compreender para construir uma nova forma de relacionamento.
Novas configurações
"(...) Família é aquela mano desiste/ Está contigo na alegria e nos momentos tristes/ E se cair ela levanta e fala que é nóis/ Vem comigo agora e solta sua voz/ Constantemente mano eu tento fugir da guerrilha/ Porque eu sei que a salvação está na minha família/ Que nem sempre está comigo aonde eu vou/ Mais que sempre mano me ajudou (...)".
Este trecho do funk Família, de Mc Baixinho, apresenta uma característica apontada na pesquisa sobre "as opiniões, valores, e o comportamento do brasileiro em relação à família", realizada pelo instituto Datafolha, em agosto de 2007: a família é uma instituição muito importante para 69% dos entrevistados. Conforme o psicanalista Jurandir Freire Costa, em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo de 07/10/2007: '"A Família é instituição confiável que se contrapõe a tantas outras instituições brasileiras desvalorizadas, como o Estado, representado pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Por outro lado, essa valorização mostra que a nossa sociedade concentra os valores na família. Não é bom. Porque é o lado privado da ética e não público".
Mas que família é essa? Segundo a mesma pesquisa, a família brasileira atual é pequena, sendo formada em média por quatro pessoas. Os pais, em sua maioria (58%), estão sastifeitos com o tempo de convívio com os filhos. e entre os filhos, o número de que dizem mater uma relação ótima ou boa com seus famíliares mais próximos (pai, mãe, irmãos) varia de 70% a 90%.
No entanto, quando se olha mais de perto para a "família brasileira contemporânea", percebe-se que é uma instituição que pode ter diferentes apresentações. Como um em cada três jovens é filho de pais separados, a família nuclear (conjunto família que mora na mesma casa) pode ser formada por mãe, vó e os filhos. Ou pai, madastra um filho de cada e um terceiro dos dois.
Segundo os pesquisadores, o fato de o número de divórcio ter crescido no Brasil nos últimos anos pode dar uma falsa impressão de que a instituição família estaria sendo desvalorizada. Na verdade, como muitas pessoas que se separam buscam uma nova relação, isso significa que elas gostam o convívio familiar, somente estão procurando relações que lhe deem maior satisfação.
Para o psiquiatra espanhol, Juan Luis Linares, em entrevista ao Jornal Zero Hora de 09/10/2008, o conceito de família pós-moderno pode ser descrito assim: "Na família pos-moderna há um amplo espaço para o indivíduo, ou seja, cada um tem suas relações sociais independente das do outro, como viagens e jantares de trabalho. Isso pode funcionar normalmente, mas também pode facilitar rupturas e novas constituições".
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1 comment
Adorei a nova cara do blog.
21 de abril de 2010 às 16:06Parabéns...
E ótimo texto
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